19 junio, 2010 | | 0 comentarios

A equilibrista











Ela molhou seu cabelo na agua do chafariz e o prendeu com uma flor de pimenta.
Depois, calou desde a ponta dos pés até o nariz. Olhos de sal, lembrou-se da música ouvida na noite da infancia, da dança do naufrágio , do vento penteando a cama dos mortos.
Ninguém viu o fio cintilante estendido, ponte de luz entre o medo e o destino. So ela. Pé mínimo, leve, acostumado aos pequenos passos. Inspirou, sorriu para os pássaros, as formigas, as sempre apressadas donas de casa. Fechou os olhos e avançou: um, dois, tres … a brisa da tarde foi tomando conta do seu corpo, os cilios tornaram-se asas, a saia de papel encheu-se de ar morno, elevando – la mais um pouco. Dançando na concha amarela do ceu … será que ela vai sentir saudade da dor?

17 junio, 2010 | | 0 comentarios

Invitación








Partir de nuevo,
forzando el círculo del tiempo y sus orillas
en deliciosa conspiración
buscando grietas,
demorando el fruto,
reacomodando sentidos,
para rescatar la primera conciencia,
cruzar la frontera
y florecer.